terça-feira, 18 de novembro de 2008

Fragmentos de Uma Alma

Fragmentos de Uma Alma

Não sabia que caminho seguir. O afã de percorrer este pesadelo com tanta freqüência se instalara. Não dormia, as pessoas não me enxergavam e já estava sendo assim há sete dias.
Estava farta!
Sete dias buscando algo que não sabia o que era, minha cabeça rodava e eu sentia falta de alguém. Ele permanecia ao meu lado, não me via, chorava, clamava meu nome. Coloquei a mão em seu ombro e sussurrei "Estou aqui", mas ele não me ouviu.
Eu não me lembrava de nada que se passara antes de acordar, era incomum. Nunca dormira tão bem: um sono profundo, pesado e sem perturbações. Estaria eu ainda dentro de um pesadelo?
E meu querido não parava de soluçar, clamando meu nome. Suas lágrimas molhavam alguns documentos sobre sua mesa, o telefone tocava ao nosso lado, não era atendido.
Minhas fotografias não estavam mais nas paredes, minhas roupas não estavam mais nos armários, meus remédios não estavam mais nas gavetas.
Tudo estava embaçado e aos poucos eu tomava consciência do que havia acontecido.
Eu o ouvi rindo entre os soluços.
Uma luz branca surgiu na minha frente. Era linda. Me atraía.
Atravessei-a e...
Tudo estava bem.

Silvia, luz e paz!